quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Reflexão crítica do Texto


Reflexão crítica do Texto : COSTA, Débora Amorim Gomes da. Fala e escrita: propostas didáticas para os anos iniciais do ensino fundamental.
31ª. Reunião Anual da Anped, Caxambu-MG, 2008. Disponível em: < http://www.anped.org.br/reunioes/31ra/1trabalho/GT10-4398--Int.pdf


O texto em análise apresenta como principal temática implicações no ensino da língua materna refletida através das propostas didáticas para os anos iniciais do ensino fundamental. Para tal análise toma como ponta de partida as propostas oficias de que as relações fala/escrita estejam presente nos estudos dos primeiros anos do ensino fundamental e avalia a forma como essa relação está presente nos livros didáticos indicados para uso nas escolas seguindo critérios de aprovação do PNLD (Programa Nacional do Livro Didático).

A autora justifica a metodologia de análise utilizada no seu artigo apontando que o livro didático é muitas vezes considerado o único material de acesso ao conhecimento por parte de professores (como legitimação e apoio do trabalho e principal referência de formação e planejamento das práticas pedagógicas) e dos alunos e traz conceituações em torno da linguagem e concepções de Língua com seus reflexos na análise da relação fala /escrita, identificando as opções teóricas eleitas pelos livros didáticos através da análise de textos e propostas de atividades neles apresentadas e as contradições existentes nessas produções.

Apresenta como objeto de análise duas coleções de livros didáticos de Língua Portuguesa indicados pelo PNDL/2004 (identificados pela autora como C1 e C2) que explicitam apoiar-se na proposta de língua como interação e as relações fala/ escrita como forma de interação entre sujeitos, trabalhando as dimensões textual e discursiva da língua.

Para ilustração desse processo de análise, a autora traz no artigo trechos de textos e propostas de atividades assim como propostas do manual do professor e as compara criticamente com pressupostos teóricos elucidativos para a compreensão deste estudo que delimitam perspectivas possíveis de análise da relação fala/escrita. Esclarece que a definição de concepção de linguagem é uma prática no ensino de língua para a estruturação de estratégias pedagógicas. De um modo geral aponta que a linguagem pode ser concebida sob três perspectivas: estruturalista (como expressão do pensamento); transformacionalista (como instrumento de comunicação) enunciativa (como processo de interação) sendo esta terceira a que respresenta a concepção sócio-interacionista que tem influenciado na revisão do ensino da Língua.

COSTA traz no corpo do artigo uma diversidade de autores e as respectivas concepções adversas e/ou que se complementam no estudo e compreensão sobre a relação fala/escrita e das possíveis aproximações e afastamentos na oralidade e nos registros escritos nos diferentes gêneros textuais (MACUSCHI, 2002;BORTONI-RICARDO,2004; MARCUSCHI, 2001; KOCH, 2002; TANNEN,1983; BAKHTIN,1997; TRAVAGLIA,1997; DOLZ e SCHNEUWLY, 2004,FAVERO,2000)

Entre todas as concepções abordadas é identificado no estudo, através da análise de uma das coleções eleitas para análise, que o PNDL indica, no ensino da língua, a reflexão sobre a relação entre a fala e a escrita  que supere o mito de supremacia social e cognitiva da escrita sobre a fala/oralidade estabelecendo mesclas, gradações, sobreposições e inter-relações. No entanto, o estudo revela-se relevante para a formação de professores ao revelar que as estratégias didáticas propostas pelos livros didáticos apresentados revelam contradições entre as concepções teóricas propostas nos documentos oficiais e as estratégicas didáticas apresentadas nos livros que utilizam textos artificializados, fragmentados, cartilhados que apontam para uma polarização entre fala e escrita e traços de uma perspectiva transformacionalista contrapondo-se a perspectiva enunciativa da língua defendida nos documentos oficiais.

Há, por outro lado, a constatação da presença de diversos gêneros  de cultura popular. Contudo, a condução das atividades na exploração desses gêneros não garantem , em uma das coleções analisadas, o alcance das proposta oficial e volta a dicotomizar a relação fala/escrita. Já na outra coleção é possível observar alguns aspectos positivos na condução da proposta que se aproximam da perspectiva de interação da língua proposta oficialmente.

Ao identificar as contradições e diferentes perspectivas dos livros didáticos indicados como referências no trabalho pedagógico e formação de alunos e professores, o estudo realizado por Costa revela-se de extrema importância não só para a reflexão da prática cotidiana no uso desses materiais nas escolas, como também para o estudo das conseqüências da didatização de temas como a relação fala/escrita no ensino da Língua,como o próprio texto aponta.  

Não se trata, contudo, para a superação desse desafio, da apenas assumir uma postura radical contra ou a favor do uso do livro didático. Sugere-se principalmente o investimento na busca de uma formação crítica e postura pesquisadora dos professores e demais profissionais da educação que os instrumentalize para uma análise crítica dos conteúdos apresentados nos livros didáticos de forma a identificar tais contradições e armadilhas que divergem e os distanciam da prática educacional e dos objetivos almejados com os alunos. Tal formação propicia, inclusive, a busca de outros materiais complementares que enriqueçam as aulas e promovam diálogos e análise crítica por parte de professores e alunos, conjuntamente, de temas/assuntos em discussão.

No CAp UERJ, por exemplo, nas séries iniciais do Ensino Fundamental os livros didáticos são avaliados conjuntamente a cada ano pela equipe de professores que avaliam se as propostas e estratégias de trabalho se afastam ou aproximam da proposta educacional da escola e dos projetos educacionais desenvolvidos para cada ano de escolaridade. Os livros didáticos não são usados em todas as áreas de conhecimento, mas apenas naquelas em que se considera que os temas abordados contribuem de alguma forma para cada ano de escolaridade. Os livros didáticos são utilizados como material complementar, de apoio.  Não são obrigatoriamente utilizados em todas as suas unidades nem necessariamente na seqüência em que estas se apresentam. Não constituem material orientador das aulas, mas são instrumento de sistematização ou introdução de assuntos complementados com diferentes gêneros de livros, artigos de jornal ou científicos, e outros. Hoje a cada planejamento é estimulado na equipe de trabalho o exercício reflexivo e pesquisador dos materiais formadores de professores e alunos.


E... até a próxima postagem!

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Olá Pessoas!

                  Me chamo Pâmela e tenho 22 anos de idade. Sou estudante do 6º período de Pedagogia na FEBF-UERJ (Campus da Universidade do Estado do Rio de Janeiro  em Duque de Caxias). Atualmente faço estágio no Colégio D. Pedro II – Campus Tijuca I (faço estágio no “Pedrinho”, ou seja, trabalho com turmas do 1º ao 5º ano).
                  Bom não posso deixar de registrar na minha primeira postagem, que este blog foi criado com o objetivo de ser registrado nele o que é trabalhado na disciplina Tendências Atuais do Ensino  da Língua Portuguesa II, disciplina esta ministrada pelo professor Ivan.
               Agora feito as apresentações, posso começar a contar um pouco de como foi a minha alfabetização, posso contar um pouquinho de como foi minhas primeiras experiências com a leitura e a escrita. Eu posso começar considerando que meu processo de alfabetização foi bem tranquilo. Não tive dificuldades pedagógicas. Eu entrei na escola um pouco tarde, com quase 7 anos e não fiz a pré-escola (ed. Infantil). Sempre observei meu pai lendo muito. Eu ficava admirada ao ver meu pai lendo, super concentrado em seus gibis de faroeste (sempre foi sua paixão!)! Quando eu ingressei no antigo C.A eu tinha uma vontade enorme de ler. Acho que eu era tão curiosa (e acho que sou até hoje!) que eu queria descobrir qual era a sensação de ler gibis! Meus irmãos mais velhos já tinham gibis da Turma da Mônica e eu já gostava de olhar as páginas por várias vezes. Então essa minha vontade de aprender junto com a dedicação da professora Tânia, me fizeram aprender a ler e escrever antes do final do ano. Aprendi a ler com o método da casinha feliz, onde as letras se transformavam em personagens. Lembro-me que a letra P representava o papai, a letra N o neném e etc. Gostava muito quando ela começava a contar estórias com os personagens.  Lembro-me também que nessa fase eu fiz bastante exercícios no caderno de caligrafia. Não me lembro bem  se em uma cartinha ou em um livro, eu costumava fazer cópias da letras e sílabas que eu ia aprendendo.
                 Bom, foi dessa maneira que eu fui alfabetizada. Mesmo que por muitos essa maneira seja criticada, posso dizer que fui alfabetizada de uma forma divertida. Lembro que nas aulas sempre havia risos com as estórias dos personagens.

Bom... acho que é isso!

Então... até a próxima postagem!