segunda-feira, 11 de março de 2013

A Língua Portuguesa nos Currículos de Final de Século - Autora Marildes Marinho

O texto de Marildes Marinho tem o objetivo de apresentar um exercício de explicitação das condições de produções dos currículos de Língua Portuguesa. Para tal explicitação a autora faz uma abordagem interpretativa e genérica das questões apresentadas nos currículos analisados, de forma a oferecer dados para representar um pouco sobre a mentalidade desse currículo.
MARINHO cita no texto a autora Magda Soares (1996), indicando que a autora faz uma retrospectiva da constituição da disciplina de Língua Portuguesa como componente curricular. Cita também que um dos aspectos interessante apontados pela autora é o da relação entre a produção de material didático, como por exemplo, o livro didático, e o perfil do professor e do aluno, em determinados momentos da história.
No texto a autora aponta também que nos anos 60 ocorreu uma desvalorização do magistério, refletindo sobre o papel do livro didático de produtor de atividades para a prática docente nesse processo.
Outro aspecto a ser ressaltado é sobre a gramática como parte do currículo. A autora coloca que “mais do que um conteúdo distinto da leitura e da escrita ela se constituiu, através dos tempos, em instrumentos de análise da comunicação oral e escrita”. Nesse sentido torna-se ineficaz o ensino de uma gramática tradicional para a construção dessa nova competência do sujeito alfabetizado. Ao discorrer sobre um breve histórico sobre o ensino da gramática no Brasil, a autora sugere o artigo de Magda Soares “As múltiplas facetas do processo de alfabetização (1985)”.
Ao explicitar os diferentes currículos nos estados do Brasil, podemos visualizar no texto um embate entre as forças tradicionais e modernas, sobre suas formas de organização, o ensino da língua materna e as estratégias de leitura.
Um ponto que é destacado no texto, é quando enxergamos que por unanimidade nos currículos analisados, a preconização do ato de leitura e de escrita como produção de sentido, resultante do  pretexto do estudo da gramática ou de recursos literários, particularmente as figuras de linguagem. Percebemos então a ausência de uma perspectiva sobre as práticas sociais de leitura e da escrita, como explica autora na página 70.
O texto em suma apresenta uma variedade de aspectos a serem lidos e refletidos. Na página 82 a autora aborda um tema muito discutido na disciplina TAE LP II ao longo do período. No tópico “Variação Linguística e Relação Língua Oral/Língua Escrita”, ela retrata os desafios de se ensinar a linguagem original (dialeto original) e linguagem padrão (dialeto padrão), sua importância de sinalizar as relações entre oralidade e escrita.
A autora já no final do texto, aborda uma questão muito importante: A avaliação do leitor. Ela destaca:
“No que se refere à avaliação da leitura, as orientações curriculares registram a importância de se respeitar a diversidade de leituras do texto literário. Assim a leitura desse texto deverá ser o mais aberta possível, permitindo o investimento do leitor, sem inibir seu prazer. (...)” (p. 85)
Por fim, uma das reflexões mais importante que o texto nos deixa é sobre o fato de como a gramática vem sendo trabalhada nos currículos escolares, e o uso da leitura e escrita em um contexto social.
Postarei posteriormente, alguns links que nos ajude a pensar mais sobre tal assunto.

Atividade de gramática:

 Link do site que visualizei a atividade ao lado:

A Língua Portuguesa nos Currículos de Final de Século - Autora Marildes Marinho



            Em breve uma nova postagem sobre este texto!

Análise sobre o livro didático : PORTA ABERTA - Letramento e alfabetização (2011) e sequência didática



            A proposta desse trabalho apresentado em grupo em sala de aula, era de analisar um livro didático de Língua Portuguesa do ensino fundamental até o 5ºano. A escolha do livro ficou a critério do grupo. Meu grupo continha 7 pessoas, Bruna de Paula, Camila de Souza, Chaiene, Daniel, Jennyfer, Joyce e eu. Alguns critérios nos foram dados. De que forma iriamos avaliar?

  • Iriamos relacionar com os textos trabalhados ao longo do período, analisando criticamente, dialogando com os autores estudados;

  • Iriamos analisar a luz de quatro eixos orientadores para o ensino da língua materna, são esses: Práticas de Leitura, práticas de linguagem oral, práticas de análise e reflexão sobre os usos da língua e práticas de produção textual. Deveríamos analisar se o livro apresenta, como apresenta e etc.

Então o meu grupo analisou o livro: Nova Edição: PORTA ABERTA – Letramento e alfabetização (2011), livro didático para o 2º ano do ensino fundamental, das autoras Angiolina Bragança e Isabella Carpaneda. Ao final da análise crítica o grupo apresentou uma sequência didática para uma turma de 2º ano, baseada na unidade 3 do livro.

Para visualizar o slide do trabalho apresentado em aula, clique abaixo:

https://docs.google.com/file/d/0B1atsEA1ivgaRzRLNEdwVUE0aXM/edit?usp=sharing

domingo, 10 de março de 2013

Discussões online - Aula não presencial



                        Como uma proposta para esse período pós-greve onde tivemos que estudar em dezembro, janeiro, fevereiro, e como o calor em nossas salas estava insuportável, tivemos algumas aulas não presenciais. Realizamos através de um grupo no Facebook criado pelo professor Ivan, uma discussão sobre os Parâmetros Curriculares Nacionais - Língua Portuguesa, as Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental e os eixos orientadores para o ensino de Língua Materna. Acredito que foi uma discussão muito positiva onde todos participaram, até os mais calados em sala. Chega até ser engraçado observar que mesmo a distância todos discutiram, se falaram, expressaram ideias. Além disso, uma nova ferramenta de trabalho para futuro professores pode ser explorada.
                         Foi nesse novo espaço para discussão, que pudemos debater e construir um novo olhar sobre o ensino de língua portuguesa. Em vários momentos foi enfatizado a questão da construção de um olhar crítico nos nossos futuros alunos, trabalhar de forma lúdica, e etc. Vários trechos do PNC de Língua Portuguesa foram destacados. Quer visualizar um pouco das discussões? Então segue o link!

quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

Gênero textual e Tipologia textual


Dessa vez a postagem feita tem o seguinte objetivo:
Produzir uma reflexão, focalizando os conceitos principais, confrontando o texto e os slides.

 
Texto disponível em: 

http://www.algosobre.com.br/gramatica/genero-textual-e-tipologia-textual.html

Slide: 

O texto apresenta uma discussão acerca de tipologia textual e gênero textual, promovidas pelos conceitos de Marcuschi e Travaglia.
É certo que os autores mencionados não partilham da mesma visão sobre o tema, apresentando considerações certamente distintas.

Marcuschi defende que Gênero textual é definido como textos encontrados no dia-a-dia, que apresentam características sócio-comunicativas definidas pelos conteúdos, propriedades funcionais, estilo e composição característica. Já tipologia textual se refere a descrição, injunção, exposição, narração e argumentação presentes no que se lê. Dessa forma, tem-se que um gênero textual pode apresentar diferentes tipos. O exemplo básico seria a carta, na qual se pode encontrar alguns dos citados tipos.

Por outro lado, Travaglia descreve o conceito de tipologia textual argumentando que um texto é definido como de um tipo por uma questão de dominância, em função da interlocução que se pretende; sendo o gênero textual caracterizado por exercer função social específica, que seriam pressentidas e vivenciadas pelos usuários. Isto é, sabe-se o gênero a ser utilizado dependendo do momento da interação, de acordo com sua função social.
A partir da exposição dos argumentos de ambos os autores, podemos identificar um conflito conceitual. O esquema abaixo apresenta este embate de forma mais clara:

Marcuschi:
a) intertextualidade intergêneros = um gênero com a função de outro
b) heterogeneidade tipológica = um gênero com a presença de vários tipos

Travaglia:
a) conjugação tipológica = um texto apresenta vários tipos
b) intercâmbio de tipos = um tipo usado no lugar de outro

Em dado momento, tem-se a impressão que o que Marcuschi nomeia "gênero textual" é utilizado por Travaglia como "tipologia textual". Na síntese acima, nota-se uma proximidade do que Marcuschi chama de "intertextualidade intergêneros" com o que Travaglia conceitua como "intercâmbio de tipos". Quando Travaglia diz que "o trabalho com o texto e com os diferentes tipos de texto é fundamental para o desenvolvimento da competência comunicativa" vemos em Marcuschi uma idéia semelhante à medida em que coloca o gênero textual como texto que apresenta características sócio-comunicativas.

O que se conclui, portanto, é menos um conflito de ideias do que um embate conceitual. Ambos os autores defendem pontos de vista muito semelhantes, com a particularidade de que identificam conceitos diferentes para estas ideias. O campo de debate é o mesmo, o que se argumenta tem grande proximidade; porém, as definições se separam por conta de suas nomenclaturas opostas.

Por fim, destaquei um trecho do texto de Sílvio Ribeiro da Silva que considerei importante para refletir acerca do tema discutido:

“Para concluir, acredito que vale a pena considerar que as discussões feitas por Marcuschi, em defesa da abordagem textual a partir dos Gêneros Textuais, estão diretamente ligadas ao ensino. Ele afirma que o trabalho com o gênero é uma grande oportunidade de se lidar com a língua em seus mais diversos usos autênticos no dia a dia. Cita o PCN, dizendo que ele apresenta a ideia básica de que um maior conhecimento do funcionamento dos Gêneros Textuais é importante para a produção e para a compreensão de textos. Travaglia não faz abordagens específicas ligadas à questão do ensino no seu tratamento à Tipologia Textual. O que Travaglia mostra é uma extrema preferência pelo uso da Tipologia Textual, independente de estar ligada ao ensino. Sua abordagem parece ser mais taxionômica. Ele chega a afirmar que são os tipos que entram na composição da grande maioria dos textos. Para ele, a questão dos elementos tipológicos e suas implicações com o ensino/aprendizagem merece maiores discussões. Marcuschi diz que não acredita na existência de Gêneros Textuais ideais para o ensino de língua. Ele afirma que é possível a identificação de gêneros com dificuldades progressivas, do nível menos formal ao mais formal, do mais privado ao mais público e assim por diante.”

Agora deixo a sugestão de dois links que articulam com o slide e o texto discutido. São textos que nos ajudam refletir a cerca do tema.



Até a próxima postagem!

domingo, 6 de janeiro de 2013

A abordagem das diferentes áreas do conhecimento nos primeiros anos do ensino fundamental


CORSINO, A abordagem das diferentes áreas do conhecimento nos primeiros anos do ensino fundamental. Salto para o futuro, Anos iniciais do ensino fundamental,Brasília: MEC,  ano XIX, pp. 29-42, setembro/2009.  


A autora Patrícia Corsino inicia o texto propondo uma reflexão sobre as diferentes áreas do conhecimento nos primeiros anos do ensino fundamental. Para tal observação, ela apresenta o relatório de uma professora do segundo ano do ensino fundamental.

O relatório da professora nos traz uma experiência diferente do habitual ou do que eu particularmente estou acostumada a ver nas escolas. O relato nos mostra um movimento de acolhimento e receptividade ao que a criança trouxe para a sala de aula. Tudo começou quando um aluno levou para aula um pote cheio de lagartas, que por sinal despertou a curiosidade das crianças (e que criança é curiosa... isso não é novidade, não é gente?!). A professora percebendo o interesse da turma propôs a continuação da observação pedindo assim que algumas lagartas ficassem na escola. Foi desenvolvido a partir desse momento um projeto de Ciências Naturais que não estava dentro do planejamento. As crianças, a cada dia registravam as observações através de desenhos e textos, além disso, eram feitas pesquisas sobre a espécie da lagarta observada e tais pesquisas propiciavam a troca de conhecimentos. Através do relato da professora a autora pontua no texto a importância de se olhar para a criança como alguém que tem o que dizer e competente suficiente para atribuir significado ao que está ao seu redor. Quando discutimos esse ponto do texto em sala, foi possível pensar sobre um planejamento que respeite e valorize o conhecimento que a criança já possui antes de ingressar na escola. A autora aponta também que projetos como o desenvolvido pela professora são possibilidades ímpares de articulação entre as áreas do conhecimento, pois outras áreas como exemplo, a Literatura, também podiam ser trabalhadas.

Outro aspecto importante destacado no texto é sobre a flexibilidade do planejamento e a abertura para o imprevisível. Nesse ponto a autora destacou características e dimensões do planejamento, abordadas anteriormente em outro texto. São elas: inacabamento, participação do coletivo e outras.

No tópico “Educação, Cultura, Currículo”, a autora nos traz citações e Candau e outros autores abordando o papel da escola de organizar, selecionar, decantar e adaptar elementos da cultura, para serem transmitidos às novas gerações. Nesse tópico, pensamos e discutimos também sobre a importância da cultura social na construção dos conhecimentos escolares.

Por fim, a autora traz alguns objetivos amplos de cada área de conhecimento sugeridos em um documento do MEC e aponta que o conteúdo de cada área de conhecimento deve ser entendido como possibilidades de socialização de conhecimentos acumulados ao longo da história daquela criança que chega a sala de aula. Na área da linguagem o texto aponta que “É importante que o cotidiano das crianças das séries/anos iniciais seja pleno de atividades de produção e recepção de textos orais e escritos”.

O que contribui para o desenvolvimento de habilidades leitoras nos anos iniciais do ensino fundamental? Veja alguns exemplos:

  • ·         Escuta diária de leitura e textos diversos;
  • ·         Incentivo de leitura por parte da família;
  • ·         Produção de textos escritos, podendo ser mediada pela participação e o registro de parceiros mais experientes;
  • ·         Leitura e escrita espontânea;
  • ·         Projetos, jogos e brincadeiras que envolvam a linguagem.
  • ·         E outros.

Então... é isso!
Até a próxima postagem!